não temos telefone

Antes de se tornar uma associação espírita, a Sociedade Beneficente Espírita Amor e Luz era apenas um grupo de pessoas que se reunia semanalmente, cada vez na casa de um dos membros do grupo, para o estudo e a prática da doutrina espírita.

À medida que o grupo foi crescendo, fez-se necessário ter um local próprio para reuniões e alugou-se a primeira sede. Ele continuou sendo, porém, apenas um grupo de estudos, aberto a todos que dele quisessem participar, mas que não prestava atendimento ao público como hoje.

O futuro mostraria que aquela foi uma fase de preparação, de treinamento e sobretudo, de reforma íntima dos seus membros, os quais, sem saber, estavam sendo preparados para um trabalho bem maior.

Pois foi naquele período que aconteceram fatos que até hoje, quando lembrados, nos deixam maravilhados e emocionados. A equipe espiritual que nos acompanhava e nos preparava parecia querer mostrar, de modo a não deixar qualquer dúvida, que a mediunidade não era uma ilusão, não era uma fantasia, mas algo muito real., e assim transmitir segurança a médiuns ainda pouco experientes.

Começando um trabalho de resgate histórico daquela fase, contaremos nesta edição, a primeira de muitas histórias que merecem ser lembradas.

Nossas reuniões. que inicialmente eram semanais, em 1996 passaram a ocorrer duas vezes por semana, nas terças e quintas. Nelas, fazia-se uma prece de abertura, a seguir um período de estudos e depois a prática mediúnica.
Nesta última parte dos trabalhos, os médiuns, sempre sentados em torno de uma mesa e sem nenhuma programação prévia, aguardavam que os espíritos se manifestassem. Podia ser por psicofonia (falando) ou por psicografia (escrevendo). Encerrado o trabalho mediúnico, liam o que haviam psicografado, faziam-se alguns comentários e findava a sessão.

Na sessão do dia 19.11.1996, na etapa dos estudos, Vergínia Santa Maria leu uma mensagem de Mário Quintana que havia sido psicografada na Sociedade Espírita Ramiro D’Ávila. A mensagem foi recebida pelos presentes como uma interessante manifestação do famoso poeta, mas, nada mais que isso.

Aí, porém, vieram as surpresas. No trabalho mediúnico, Mário Quintana manifestou-se através do médium Jorge Santa Maria, dizendo que não queria vir àquele local, mas que fora convencido e trazido por seus amigos. Isso foi uma surpresa, mas até certo ponto fácil de entender, uma vez que Quintana fora tema de comentários na fase anterior dos trabalhos. O que ninguém esperava foi o que aconteceu depois. Terminada a psicografia, constatou-se que Jane de Moraes Branco recebera uma mensagem de Cecília Meireles; Nelson Saut recebera outra de Vinícius de Moraes e Rosa Maria de Moraes Branco recebera uma terceira, de Josué Guimarães, este falando justamente sobre Mário Quintana ! Nunca esses três amigos de Quintana haviam se manifestado na nossa casa e jamais voltaram a fazê-lo depois disso. Foi uma única vez, e certamente para homenagear o grande amigo Mário, que para junto deles partira dois anos antes.